sábado, 5 de julho de 2014

João, os filhos e a briga


  João chega em casa e presencia seus dois filhos brigando fervorosamente. Ambos falam, acusam e ofendem ao outro de uma maneira que é impossível entender o que qualquer um deles tem a dizer, os garotos continuam a discussão que não chega a lugar algum até que os dois começam a se bater. O pai aparta o mais rápido possível e com toda a calma do mundo, sem elevar seu tom de voz ou com qualquer agressividade, simplesmente pede para que os dois se acalmem, respirem e fiquem tranquilos, porque ambos serão ouvidos, mas primeiro precisam se acalmar.
  João pede silêncio por alguns instantes e ao ver que os ânimos estavam voltando ao nível aceitável começa a falar:
-"Filhos, sabem que sempre defendi que antes de procurar mudar o mundo, precisamos aprender a mudar a nós mesmos e cuidar de nosso próprio quintal, sempre defenderei que a bondade de cada um somado será mais grandioso que o trabalho de qualquer grande líder mas, infelizmente, nunca vimos isso acontecer no mundo inteiro, por mais que os próprios grandes líderes de bom coração tenham ensinado isso"

  Então apontou para a televisão que mostrava uma guerra em outro continente
-"Tudo isso que estão vendo começa com essa mesma atitude de vocês, sabem qual foi o maior erro que cometeram agora?"

  Os dois garotos olharam para o pai e continuaram com a dúvida estampada na face, João procedeu:
-"Foi a falta de diálogo, o interessante da conversa é que ela é uma arte pouco dominada pela maioria das pessoas, ela exige compreensão que é uma virtude que precisa de duas qualidades bem desenvolvidas, a inteligência e a emoção"

  Os dois garotos ficaram reflexivos, mesmo novos de idade, as palavras penetraram profundamente em seus corações, e o pai terminou seu discurso:
-"Quando falamos, pensamos primeiro e falamos depois, quando  ouvimos, ouvimos primeiros e pensamos depois, em uma discussão igual a de vocês, que acaba em guerra, os dois lados sempre estarão errados, fala-se sem pensar antes e o que é ouvido não é pensado, nada se pensa, nada se ouve, nada se fala, nada se resolve"

  O pai pediu para que os dois garotos refletissem suas palavras e só tocassem no assunto novamente no outro dia, o que não foi necessário, porque os dois no outro dia já estavam conversando normalmente, daquele dia em diante, os dois tiveram sim seus atritos, mas nunca mais foram agressivos entre eles.

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